quinta-feira, 30 de junho de 2011
Âmago
Tudo que eu queria
Era a minha canção
Aquela que fluiria
Do fundo do coração
Andando por ai
Me veio uma sensação
Aquela meio comum
De que algo perdi pelo chão
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Desconter-se
A porta se abre por onde a noite passa. O hálito gelado da rua escura circunda em um espírito que se lança, sai por aí e se desfigura. Passa cada passo como se fosse um vôo, como se fosse um salto. Enquanto sensações antes mortas vão sendo desenterradas, reafirmadas, desmortizadas. E mundos inteiros sacudidos, invadidos. Renascidos.
Esse vagar é maior do que qualquer momento, ele é eterno, é desde antes e será depois, para sempre. Não há mistério. Essas passagens são túneis repletos de imensidão, desorientação, confusão. Forte e aparente libertação.
Não é a realidade, a medida. É a intensidade. Intensa vontade de viver. Intensa vontade de fazer durar o que não tem tempo, de se fazer aqui o que não tem lugar. Ardente desejo diante do fracasso de não poder segurar, de não ser nada do que nunca será. De ser tudo, sem deixar de algo encarnar. De se perder. Dissimular...
É esse desespero que celebra a si mesmo, por esse delírio de tentar essa coisa realizar, mesmo sabendo que isso vai ao infinito e que não vai se alcançar, mesmo sentindo na pele esse grito, que não sabe parar de calar.
É, pois, nessa noite sonora, e em silêncio, que se faz esse rito, de fazer algo ser dito, ainda que mal dito, ainda que esquisito, diante desse infinito, que não pode ser contido, para ser exprimido, simplesmente por nunca parar de transbordar.
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Segredo
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