sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Morrer de rir



Morro de rir dessa sua confusão, desse seu jeito de viver por achar que sabe, por tentar dizer que, em verdade, nada sabe. Dou muita risada dos seus compromissos, das suas missões atrapalhadas, sonhadas, imaginadas, que vão sendo trituradas, arrebentadas, redimensionadas.

Uma viagem que nem se completa, um destino que está em toda parte, sem se encontrar em parte alguma. A velocidade sem vento, tanto lamento. Eu vivo é rindo do seu ser em movimento, atento, assustado com o tempo.

E esses sinais, essas buzinas, esses barulhos, esse labirinto, essa perdição, esse desalento. Disso tudo eu me distancio tanto, mas tanto, que sumo da minha própria vista em certo momento, sentindo minhas delícias se multiplicarem, as emoções se redobrarem, como se já não houvesse outro sentimento. Fingindo esse calor não mais existir, fingindo para sempre partir, fingindo tantas coisas, todas as coisas que se há de fingir. Ah! Como é maravilhoso morrer de rir...