Essa folha em branco
tenta absorver esse suspiro forte e profundo, que acaba de me ocorrer. Mas de
um suspiro distraído, não se tira lição, nem se tem qualquer solução.
Ele simplesmente
acontece, revelador e espontâneo. Embora também seja misterioso e momentâneo. É
quase um nada. Suspiro sem encaixe, sem lugar, sem perspectiva, sem vontade.
Longa respiração, que diria tudo, se pudesse, se não fosse essa mistura de
tanta coisa. Se não fosse essa coisa que se perde, como levada pelo vento, como num descuido distraído.
Um suspiro, até de mim
mesmo, desconhecido. Um suspiro que insinua meus mais incompreensíveis desejos.
Um suspiro assim, que, por mais corriqueiro que seja, vem gravemente de dentro. Bem lá de onde estou, em desarmonia com o mundo, fora do ar, meio ansioso, em
suspensão. Suspirando entre o raso e o profundo, em uma oculta hibernação.
Tenho suspirado tanto. ):
ResponderExcluirPassei por aqui e percebi algo curioso, algo que já sabia: suspirar não tem me feito vomitar. Preciso disso, do dedo na garganta.
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