Esse
seu jeito, todo seu, de tossir ou de espirrar. Esses barulhos que você faz ao
mastigar ou ao engolir. Essa sua postura vulnerável diante do
que você gosta demais. Esses seus cuspes de quando fala de maneira
mais empolgada. Esse seu olhar forçadamente confiante de quando acorda vigiado,
ou de quando quer esconder algum susto ou alguma vergonha. Essa sua maneira
despercebida de impor ritmo calculado ao corpo, a depender do que estiver
acontecendo. Essa sua voz ingenuamente firme de quando fala sobre coisas tão
suas e tão desprezadas pelos outros. Esse seu desconforto, por vezes
disfarçado, por vezes escancarado, de quando conhecidos seus, de contextos
diferentes, se encontram num mesmo lugar com você. Essas satisfações
desnecessárias que você dá a quem só queria socializar breve e automaticamente.
Essa sua capacidade de ser suprimido em situações de que tanto se arroga saber
lidar. Esse seu riso sem graça...
Isso tudo e muito mais. Isso
tudo, menos esses seus pesados suspiros distraídos e essas suas lágrimas no
travesseiro, que são o charme fino do seu íntimo. De resto, isso tudo não passa
de sua superfície grosseira e de sua humanidade exposta, que te banalizam de
forma truculenta, cravando você na atmosfera desconfortável do meu coração.
Oii Glauber adorei este texto achei tão lindo !!
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirBelo texto!
ResponderExcluir"No meio de tudo, você...
ResponderExcluirMe salva da selva"