Eu quero sublimar-me. Quero que meu corpo
se evapore, desaparecido no espaço. Quero mesclar-me a tudo sob forma de
ciscos. Esparramar-me pelo mundo. Espalhar-me por ai, todo derramado,
inteiramente entornado. Quero desfazer-me completamente. Dilacerar-me,
estourar-me. Explodir-me no ar. Pocar. Quero destruir-me por completo, sem que
meus pedaços, nunca mais, possam se juntar. Quero desmontar-me, desmanchar-me,
apagar-me, todo diluído nas paisagens. Em cinzas, sem chamas, despercebido,
sumido, assoprado, carregado pelo vento, assentado pelos cantos, sublimado no
espaço, esquecido pelo tempo.
Um grande nada encostou em mim, arrancou todos os
meus desejos, confundiu todas as minhas vontades e bloqueou-me com todas as
suas malditas travas. Travas que me devoram, travas que me consomem, que me matam, que
me deixam inapto para qualquer caminho.
Mas eis que surge essa luz, que, de todo jeito, vem do fundo do meu peito, incendeia a minha mente e desperta esse desejo. O de caminhar de qualquer maneira. O de forçar essa barreira, ainda que sob a forma de poeira.
Mas eis que surge essa luz, que, de todo jeito, vem do fundo do meu peito, incendeia a minha mente e desperta esse desejo. O de caminhar de qualquer maneira. O de forçar essa barreira, ainda que sob a forma de poeira.
Muito bonito! Que bom descobrir essa sua face escritor, Glauber.
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